Saiba quais são as mudanças e como tratar os desconfortos na região íntima durante a menopausa

A médica Isabel Martinez fala sobre a Síndrome Geniturinária da Menopausa

Com a chegada da menopausa, o corpo feminino passa por transformações silenciosas que vão muito além do fim do ciclo menstrual. A queda dos hormônios afeta a pele, o cabelo, o metabolismo e, principalmente, a região íntima.
A médica Isabel Martinez, fundadora da Climex Academy e criadora do conceito Climex®️, explica o que acontece e como o cuidado preventivo pode evitar desconfortos e preservar a vida sexual e emocional das mulheres.

“A menopausa marca uma redução natural dos hormônios femininos — principalmente o estrogênio —, e isso altera diretamente o tecido da vulva, da vagina, da uretra e da bexiga.
Essas estruturas ficam mais finas, com menos colágeno, menos irrigação sanguínea e menor lubrificação natural. O pH também se eleva, o que desequilibra a flora íntima e facilita irritações e infecções. Essas transformações fazem parte do que chamamos de Síndrome Geniturinária da Menopausa, que reúne sintomas como secura, ardor, dor nas relações, ardência ao urinar e infecções urinárias de repetição. É uma condição muito comum, mas ainda pouco falada”, esclarece.

Isabel Martinez afirma que a Síndrome Geniturinária é extremamente frequente. “Estudos mostram que mais da metade das mulheres pós-menopausa apresentam algum sintoma da síndrome geniturinária.
O que acontece é que muitas não procuram ajuda — seja por vergonha ou por acreditarem que “faz parte da idade”. Mas não é normal sentir dor, irritação ou desconforto. Esses sinais mostram que o tecido íntimo está pedindo cuidado”.

Segundo a médica, essa mudanças podem afastar casais. “A região íntima é parte essencial da autoestima e da conexão entre o casal.
Quando há dor, ardência ou desconforto durante o contato sexual, é natural que a mulher evite o ato. Com o tempo, isso pode gerar afastamento emocional e até incompreensão do parceiro.
Diversos estudos já relacionam o aumento dos divórcios entre os 45 e 60 anos a esse tipo de dificuldade silenciosa. Por isso, é fundamental que o casal encare o tema com empatia e naturalidade. Cuidar da saúde íntima é, também, cuidar da vida a dois”.

Isabel Martinez destaca que o tratamento depende do grau dos sintomas. “Em muitos casos, o uso de hidratantes e lubrificantes vaginais já traz alívio e melhora significativa.
Quando há maior comprometimento, o médico pode indicar terapia local com estrogênio, que repõe o hormônio apenas na mucosa vaginal, com segurança e bons resultados.
Além disso, há recursos tecnológicos que ajudam a regenerar o tecido, como o laser íntimo e o campo magnético, que estimulam a irrigação e a firmeza dos tecidos. Essas terapias devolvem conforto, autoestima e prazer, mas o ideal é não esperar os sintomas aparecerem”.

Mas é possível prevenir antes dos sintomas surgirem, revela Martinez. Ela enfatiza que conceito Climex ®️ defende que a mulher deve liderar o próprio corpo com consciência biológica.
Afinal, se sabemos que a maioria das mulheres vai passar por essas alterações, por que esperar?


“Quanto mais cedo cuidamos, mais eficazes são os resultados e mais vital o tecido permanece. Foi com essa visão que criamos o Projeto SensiMax®️, dentro do ecossistema Climex®️.
Trata-se de um programa de prevenção íntima que combina avaliação médica personalizada, protocolos de laser, campo magnético e bioestimulação celular. O objetivo é manter o tecido saudável, vascularizado e funcional, mesmo antes das queixas surgirem. Prevenir é preservar a naturalidade do corpo e retardar as mudanças que o tempo traria.
Como costumo dizer, o segredo é cuidar antes de sentir”.

A médica aponta que mulher pode adotar hábitos simples que fazem grande diferença. Ela listou práticas ajudam a manter a saúde íntima nessa fase:

* manter uma boa hidratação e alimentação equilibrada;
* usar hidratantes íntimos de forma regular;
* fortalecer o assoalho pélvico com exercícios orientados;
* evitar produtos de higiene agressivos e roupas muito justas;
* e, principalmente, conversar com o(a) ginecologista sobre qualquer desconforto.

“Cuidar da região íntima é um gesto de saúde e de amor-próprio”, completa.

Isabel diz que a menopausa faz parte da vida e que nenhuma mulher deve ter vergonha de falar sobre o assunto. “Falar sobre a menopausa e sobre o corpo não é perda de pudor — é ganho de consciência.
Quando uma mulher entende o que está acontecendo e age com prevenção, ela não apenas melhora a saúde, mas também preserva vínculos, confiança e vitalidade. A menopausa não é o fim de nada. É o início de uma nova fase — mais lúcida, mais madura e, se houver cuidado, plenamente viva”, conclui.

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