Quatro fatores que podem desencadear a incontinência urinária em mulheres
A médica Isabel Martinez também falou sobre os tratamentos mais promissores para a condição que afeta a saúde íntima feminina
Silenciosa, embaraçosa e muitas vezes negligenciada, a incontinência urinária ( perda urinária) é uma queixa que ainda se esconde no sussurro das mulheres — e que precisa urgentemente ganhar espaço no discurso da saúde pública. O último congresso da ASLMS (American Society for Laser Medicine and Surgery), realizado agora em Orlando, nos Estados Unidos, mostrou que o futuro do tratamento dessa condição está prestes a mudar radicalmente.
“Uma nova abordagem tridimensional para tratar a perda urinária. Entre as novidades mais promissoras, está uma visão tridimensional da musculatura envolvida no controle urinário feminino, que integra músculos abdominais (reto e oblíquos), lombares profundos e o assoalho pélvico. Essa abordagem propõe que, para reabilitar a função da pelve com maior eficácia, não basta tratar apenas o períneo: é preciso entender o corpo como uma unidade funcional integrada. Essa é uma das grandes revoluções clínicas que testemunhamos — e que já incorporamos imediatamente às práticas da Clínica Martinez, aliando-a às Tecnologias que já utilizamos e aos cuidados integrados da nossa equipe multiprofissional”, conta a médica Isabel Martinez.
A médica destaca que não existe um tratamento único e universal para todos
os casos de incontinência urinária. “Após avaliação médica adequada, é necessário
identificar com precisão o tipo (de esforço, urgência, mista etc.) e o grau (leve,
moderado ou grave) da condição. Só então é possível individualizar a conduta
terapêutica, respeitando as necessidades específicas de cada mulher. O sucesso do
tratamento depende exatamente desse olhar personalizado”, afirma.
Isabel Martinez lista quatro fatores que podem ocasionar a perda urinária:
1. Durante o CrossFit ou exercícios de alto impacto
A pressão intra-abdominal gerada em treinos como o CrossFit pode sobrecarregar o
assoalho pélvico, principalmente em mulheres que ainda não têm consciência corporal
e ativação adequada da musculatura profunda. Isso causa episódios de escape urinário,
muitas vezes aceitos como “normais”. Estudo publicado na revista Int Urogynecol J identificou que até 80% das atletas relatam perdas leves durante a prática.
2. No pós-parto
Mesmo sem traumas evidentes, o parto vaginal pode levar a microlesões nos nervos e
na sustentação pélvica. Quando não há orientação ou fisioterapia no puerpério, essas
alterações podem evoluir silenciosamente por anos até se manifestarem em escapes
urinários. Estudos noruegueses mostram que mulheres que fazem treino muscular de assoalho pélvico desde a gestação têm até 62% menos risco de desenvolver incontinência no futuro.
3. Com o aumento de peso e obesidade
O sobrepeso constante exerce força crônica sobre a bexiga e a musculatura envolvida
na continência urinária. É um fator de risco subestimado, mas profundamente relevante.
“Pesquisas do New England Journal of Medicine demonstraram que a perda de apenas
5% do peso corporal reduz significativamente episódios de escape em mulheres com
obesidade leve.”
4. Na transição da menopausa
A queda dos níveis de estrogênio afeta diretamente a elasticidade dos tecidos
urogenitais e a resposta neuromuscular da pelve. O que era um pequeno gotejamento
ao tossir passa a se tornar mais frequente, afetando a autoconfiança.
Estudo publicado no periódico Urology relaciona a deficiência estrogênica à perda
progressiva da função esfincteriana e muscular pélvica em mulheres pós- menopáusicas.
“Na Clínica Martinez: prevenção, ciência e acolhimento antes do problema crescer
Com base nas evidências apresentadas em Orlando, nós da Clínica Martinez estamos
atualizando nossos protocolos para incorporar a reabilitação tridimensional da pelve
como parte da conduta padrão. Isso se soma ao nosso pilar de atuação: tecnologia de
ponta, equipe especializada em saúde íntima da mulher e escuta qualificada.
Nosso propósito é agir precocemente, antes que o problema se torne limitante — e
sempre com avaliação médica individualizada, para que cada mulher receba o
tratamento mais adequado ao tipo e ao grau da sua incontinência”, esclarece.
Isabel Martinez afirma que a perda urinária não é “normal” — é tratável, em alguns casos prevenível ou retardada e, agora, mais compreendida do que nunca.
“A incontinência urinária ainda é tratada como um “incômodo menor”, mas a verdade é que ela impacta relações, produtividade, autoestima e até a liberdade das mulheres. O que vimos nos EUA é um novo caminho. E é isso que desejamos trazer ao Brasil: tecnologia com propósito, embasamento com empatia, ciência com resultado.
Se você sente pequenos escapes, ou conhece alguém que sente, não ignore. Não
silencie. Procure ajuda. A saúde íntima da mulher precisa, mais do que nunca, ser
tratada com respeito, ciência e protagonismo”, conclui
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